Número de páginas: 288 | Autor: Marco de Moraes
Editora: Novo Século | Ano: 2013 | Gêneros: Fantasia Medieval, Vampirismo, Ação e Suspense | 1ª Edição.
SINOPSE
A vida de um homem tem um novo início a partir da abertura dos seus olhos em plena cegueira que perdura por longos caminhos em que sua visão nada alcançava além de obviedades presas por suas limitações ante o desespero da perda de tudo: de tempo, de lugar, de nome. A luta do personagem, narrador deste livro, se dará pelo decorrer da sua busca pelo que emerge em pedaços de recordações, mistura de pesadelos e a sua realidade enfadonha, carregada de fardos que parecem não ter fim. Os dias de luz se foram; os filhos da noite se manifestaram e dominaram todos os cantos das noites profundas que perduram até a última gota de sangue maldita ser derramada.
Já tive experiência com histórias vampirescas, não li Crepúsculo por que tenho melhores coisas para fazer com o meu tempo, mas pude apreciar uma série bem boba e divertida chamada The House of Night, que fala sobre uma adolescente que acaba de descobrir ser uma vampira. Citações a parte, fui apresentado ao gênero novamente por meio do livro do autor nacional Marco de Moraes. Confesso que foi uma leitura árdua a qual pouco me prendeu, mas consegui tirar boas reflexões dela.
RESENHA
Já tive experiência com histórias vampirescas, não li Crepúsculo por que tenho melhores coisas para fazer com o meu tempo, mas pude apreciar uma série bem boba e divertida chamada The House of Night, que fala sobre uma adolescente que acaba de descobrir ser uma vampira. Citações a parte, fui apresentado ao gênero novamente por meio do livro do autor nacional Marco de Moraes. Confesso que foi uma leitura árdua a qual pouco me prendeu, mas consegui tirar boas reflexões dela.
A história inicia-se com um
andarilho perdido. Ele não sabe quem é ou o porquê de estar ali, as descrições,
tanto do ambiente como do psicológico, são bem profundas e evitam a
desorientação do leitor. Se há algo que o autor sabe fazer é descrever de forma
lenta e minimalista. Como leitor, prefiro descrições mais diretas em vez das
que enrolam dois parágrafos para descrever uma paisagem, mas cada livro possui
o seu estilo e a sua necessidade.
O andarilho está inserido em um
pântano nebuloso e esquisito, de imediato ele não consegue descrever bem o
local e por isso anda desorientado por algumas páginas. Até que encontra uma
espécie de "bar da Idade Média" e adentra o recinto. O local é mal
iluminado e cercado de homens brutos, do tipo que pegam no saco e pegam
na assa de frango logo em seguida, forte cheiro de cerveja e pedaços
gigantes de carne. Ele descreve o modo desengonçado e despreocupado dos
frequentadores enquanto anseia por um pedaço de comida.
Parágrafos mais tarde acontece um
tumulto estranho dentro do lugar, algo que o autor descreveu como sons de "berros
sobre bestas e demônios da noite". O andarilho corre de volta para a
floresta (?) porque não havia outra direção a ser tomada. Sinceramente eu não
voltaria para a floresta, me esconderia em qualquer lugar menos lá, mas ok.
Cada doido com a sua mania.
Como o esperado ao entrar em uma
floresta bizarra e nebulosa, o andarilho vê a morte de relance, montada em um
barco remando na direção dele. O carinha continua sua caminhada até uma estrada
das redondezas, ele topa com uma carroça com dois homens e lhes solicita
transporte. Eles cedem.
Depois disso o livro caminha. O
andarilho, que mais tarde descobrimos se chamar Irwin se mete nas mais variadas
roubadas: vira uma espécie de escravo-zumbi do reino do rei Alcher (o qual
possui uma ligação com Irwin, tem uma parada meio Revenge acontecendo onde ele
quer matar o Alcher e tals, muito louco) e, a parte que eu achei mais ULTRA MEGA
LEGAL de todo o livro, a cena das irmãs Leonore e Samuelle (Capítulo 10). Essas
gêmeas, pelo o que entendi, são uma espécie de oráculo que revelam a Irwin algumas coisas. A história delas foi
contada de uma maneira tão simples e interessante que me encantou como leitor
de fantasia.
“Minha cabeça falha no momento em que tento lembrar quando viemos parar aqui. Não fazemos a menor ideia de quanto tempo faz que estamos aqui. [...] Nossos corpos estão tão frios que queremos sentir o calor do teu. Podemos tocar você para lembrarmos como é tocar alguém?” (Página 93)
“[...] respirávamos ares tenebrosos e vivíamos às sombras, nos escondendo ou lutando contra os sugadores de sangue. [...] Os dotados de presas eram vis e hostis, os que fugiam eram joguetes sem sorte na dança da morte.” (Página 137)
Percebe-se que a cada capítulo o
personagem principal se aventura em diferentes situações que possuem certa
ligação com o tema vampirismo e, consequentemente, ao enredo central. Desde a
descoberta de um povoado pobre, miserável e obscuro ao castelo de um vampiro
magoado por um amor descompensado. Estas aventuras são dignas de histórias
medievais fantásticas e levam ao leitor há um século marcado pelo poder
absoluto dos monarcas e o desprezo pela classe miserável.
Confesso que não gostei do
personagem central, é um homem fraco cheio de certa "falsa
determinação" (ele sempre quer ser o valente, mas acaba fazendo merda às
vezes) além de ter um jeito predominante do que eu considero: personagem
sonolento. Uma consequência desta sonolência é o desinteresse na história, já que
este livro é escrito em primeira pessoa. Acredito que se a história fosse
contada em terceira pessoa, um pouco menos detalhista e mais trabalhada nos
personagens – os quais são bem construídos apesar de pouco explorados – o livro
em si teria sido menos cansativo para mim. Outra situação incomoda foi o rápido
aparecimento de personagens interessantes. Há uma parte onde Irwin vai visitar
uma aldeia de caçadores e o ambiente é favorável para várias explorações.
Defeitos a parte, a relação entre
o vampirismo e a sociedade medieval me fez traçar um interessante paralelo.
A sociedade do livro é
completamente morta e explorada pelo sistema feudalista, eles são crentes na figura
de um rei soberano, impecável e perfeito (ao longo do livro, mais para o final,
você percebe que ele nem é tão perfeito assim). Enquanto os vampiros pouco se
importam com essa balela de monarquia, estão mais interessados em chupar o sangue
das pessoas até elas morrerem, atormentar cidadãos, e espalhar o caos.
O povo deveria ser livre para pensar, trabalhar sem ter de pagar altos impostos, viver sem medo da felicidade... mas não. Eles são presas fáceis de uma organização desigual, de um modelo de vida totalmente focado no trabalho até a morte e na elevação da nobreza por meio dos seus suores e impostos (isso fica um pouco claro a partir das primeiras cenas quando o povoado onde o Irwin vai é cercado por uma penumbra, a penumbra simboliza a nobreza. Ela cerca o povoado de forma controladora e maléfica sugando a felicidade como um dementador do Harry Potter). Em contraste temos os vampiros que, mesmo seus problemas com o sol e a imortalidade, ainda conseguem ser mais livres e animados do que o povo “socializado”. Resumindo: a sociedade do livro consegue ser mais morta do que os próprios vampiros.
O povo deveria ser livre para pensar, trabalhar sem ter de pagar altos impostos, viver sem medo da felicidade... mas não. Eles são presas fáceis de uma organização desigual, de um modelo de vida totalmente focado no trabalho até a morte e na elevação da nobreza por meio dos seus suores e impostos (isso fica um pouco claro a partir das primeiras cenas quando o povoado onde o Irwin vai é cercado por uma penumbra, a penumbra simboliza a nobreza. Ela cerca o povoado de forma controladora e maléfica sugando a felicidade como um dementador do Harry Potter). Em contraste temos os vampiros que, mesmo seus problemas com o sol e a imortalidade, ainda conseguem ser mais livres e animados do que o povo “socializado”. Resumindo: a sociedade do livro consegue ser mais morta do que os próprios vampiros.
Presas é um livro interessante,
mas é preciso atenção e foco durante a leitura, não é um livro fácil até porque
o escritor usou dos mais variados tipos de palavras e artifícios para escrevê-lo.
Há um pouco de prosa poética então você vai encontrar bastante sonoridade e
sentimentalismo durante grande parte dos capítulos. E, falando nestes, eles
começam curtos, cerca de cinco a sete páginas e depois vão aumentando
gradativamente, eu prefiro capítulos curtos então fiquei travado em alguns por
um bom tempo. O material da edição é impecável como era de se esperar da editora
Novo Século. Recomendo exclusivamente para quem gosta do gênero.
SOBRE O AUTOR: Marco Moraes nasceu em 1983 no Rio de Janeiro. É bacharel em Turismo e tem MBA em Gestão Empresarial. Escritor e poeta, é um observador da vida, retratando o que ela tem de melhor e pior por meio de uma narrativa detalhista que conduz o leitor por um universo sombrio repleto de surpresas. Presas, a dádiva da escuridão é seu primeiro livro publicado.
SOBRE O AUTOR: Marco Moraes nasceu em 1983 no Rio de Janeiro. É bacharel em Turismo e tem MBA em Gestão Empresarial. Escritor e poeta, é um observador da vida, retratando o que ela tem de melhor e pior por meio de uma narrativa detalhista que conduz o leitor por um universo sombrio repleto de surpresas. Presas, a dádiva da escuridão é seu primeiro livro publicado.
Que livro legal! Ele não faz muito o meu tipo porque pela sua resenha pareceu ser muito assustador, rsrs! Eu estou lendo um livro de anjos caídos e vampiros, e estou gostando muito, acredite! Ainda bem que não me assusta tanto.
ResponderExcluirÓtima indicação para quem gosta do gênero, parabéns pela resenha www.likelivros.blogspot.com
Adorei a resenha :) Já li esse livro e me encantei com a escrita do autor. No começo achei que a leitura não ia fluir, mas depois do segundo capítulo já havia me acostumado.
ResponderExcluirEle tem uma pegada bem sombria e o final é surpreendente né? Li as últimas páginas vorazmente.
Agora estou esperando a continuação, o autor disse que terá mais ação e será um pouco maior... Estou ansiosa!
Boas leituras!
Quase comprei este livro, mas acabei desistindo. De repente, quando eu estiver com o meu tempo menos apertado eu compre ele.
ResponderExcluirMas confesso que fiquei meio em dúvida de comprar com a sua opinião, mas enfim, vamos ver! hahahaha
Beeijos! :)
Clouds and Fantasy.
Eu AMO Crepúsculo, e acho que o tempo que gastei lendo a série foi muito bem gasto... u.u
ResponderExcluirSó gosto de vampiros bonzinhos que brilham no sol, ou seja, vampiros não são mesmo meus seres preferidos. E, bem, dois parágrafos para descrever uma paisagem também não me agradam muito. O enredo não me interessou também não... ou seja, não tenho nenhuma vontade de ler.
Ju
Entre Palcos e Livros
Oiee, eu ainda não tive a oportunidade de ler este livro, adorei a sua sinceridade na resenha kkkk, assim como você eu também prefiro descrições mais diretas e menos complexas rsrs, eu acho que não leria este livro pois acho que ele teve ter uma escrita meio parada e pesada rsrs, Parabéns pela resenha e pelo blog, abraços :D
ResponderExcluirOiiiiiii. Ai menino não fala assim de crepúsculo porque eu amo essa série é só uma história diferente de falar dos vampiros... Também amo House of night... Como gosto da Irmandade da adaga negra que são histórias de vampiros, mas totalmente diferente. É que na verdade eu gosto dos vampiros então todas as histórias que posso ler e diversificar o ponto de vista eu leio. Eu gostei de Presas... tive um pouco de dificuldade na leitura também pelo mesmo motivo que citou, mas eu terminei gostando, achei o desfecho super bem elaborado e totalmente inesperado. Xero!
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluirConheço o livro, mas ainda não tive oportunidade de ler, confesso que esperava um história diferente (ainda não tinha lido a sinopse), mas lendo algumas resenhas tive um outra ideia do livro.
Bom eu adoro quando o autor faz descrições das paisagens por onde está se desenrolando a história, assim como você prefiro as mais diretas.
Bom de qualquer forma anotei a dica, mais pra frente leio e vejo minhas opinião sobre a história.
Beijos
Mari - Stories And Advice
Olá Vinicius. Tenho o livro aqui em casa e ganhei ele da Mari, que comentou aqui em cima, mas não tive a oportunidade de lê-lo ainda. Pretendo em breve, assim que seu nominho sair do potinho. Mas estou com um pé atrás, devido ao fato de ter que prestar muita atenção.
ResponderExcluirBeijo
Oi Vinícius, tudo bem?
ResponderExcluirEu gosto de vampiros, mas pelo o que escreveu, eles não têm muita função nessa história. Talvez, tenham para fazer o paralelo com a sociedade, como você comentou: são presas fáceis. Lendo sua resenha, o que mais me agradou na história foi a crítica social, a analogia que o autor fez. Mesmo assim, a historia em si, não chamou minha atenção.
Para quem gosta, parece ser uma boa leitura, desejo sucesso para o autor!!!!!!
beijinhos.
cila-leitora voraz
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/